O tempo

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

No balão de Alice


Singularities - Salvador Dalí


Retorno dos outros olhos que agora não mais me observam, venho de tremores que me ostentam neste cálice sem fundo, se és bem possível os versos tomarem asas e te fazerem fada, disso não me asseguro, vejo que de um arco posso lançar flechas de vento, é tudo que me resta fazer? Por outra vez sonhei com Alice, sim, lá estava eu de Valete cantando: "Ciranda, ciranda, na estrada vejo a banda, na rua vejo a lua". Quando foi a última vez que dormir sem pensamentos inconstantes? Quando foi a última vez que sentir a placidez de um vergel encantado? Nem sei, agora no balão de Alice estou eu, vagueando entre milhares de pensamentos absurdos, milhares de hipóteses de fantasia... No balão de Alice e uma flor encontra o céu... Um dia todo véu tende a cobrir a si próprio.

Thiago A. Sarmento

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