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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Contos de um cômico Alado

1970_21_The Horseman of the Apocalypse, 1970


Part II - "O Cômico Alado numa terra sem Ar"

Voar, inalar, sentir, amar, sonhar, viver, morrer
Negando preceitos, assumindo conceitos
Um manto sob meus delírios, uma fantasia sobre a vida
Questionar, driblar o patetismo exposto dos póstumos-vivos
Vê as fadas em uma mulher, vê? Sentir o que for preciso
Para não ser, um reles bocado de matéria orgânica

Que carcaça é essa? Que origem é essa?
Se eu odeio todas essas máscaras me aliciando
Se me perco em noites eternas, em ruelas trincadas
Eu nego seus preceitos, cuspo na cara do sossego
Deitado sob o relento de milhares de embriaguez
Sentado sobre a rua de milhões de devaneios

Velhos porcos de guerras, velhas maquiagens
Da luxuria seu remédio, da usura sua paixão
Amem seus brinquedos matérias, e pensam
Assim serei mais feliz, terei a paz terrena
E não vejo um Roterdã ou um Rimbaud na esquina
Apenas parvos inchados, cantando vantagens da sexta

Deixem-me quieto, deixem-me solto, deixem-me pensar
Oh! Que vejo aqui, um cenóbio de cidadãos ínfimos
Uma corja de gatunos sorridentes
E nem falei o que queria, apenas embaralhei
Agora tento uma comédia moderna
Sobre as costas de Atlas, sob as mamas da terra

Me encontro por aí, palavras engatilhadas
Me encontro? Não, me perco por aí
Dentro dum cálice faço as estratégias
De um futuro de furos, de um passado de glórias?
Sim, todos são honrados quando o passado passa

TAS

* Esse texto foi escrito a uns 8 anos atrás, penso eu, quis incluir ele aqui, geralmente escrevo algo novo para postar, mas esse texto tem haver com essa sequência que vem chegando

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