O tempo

sábado, 2 de novembro de 2013

Memórias do Cárcere de Florinda



1935_02_Archaeological Reminiscence of Millet's Angelus, 1935 - Salvador Dalí

 Part IV - Prólogo do fim (de como virar carcaça)
entre  26-31 de outubro

Existe um nó alinhado a muitos conflitos
Eu não sei onde chegamos enfim
Eu não pergunto onde ir assim
Novamente no leito de angústia, pesar e desgraça
"A prisão é sinistra, amarga e feia"*
Eu podia sorrir e chorar em um mesclado atordoado:
((-amor, ódio, desgosto, nojo, inferno, paraíso jaz-))

E de onde vem a calma?
O tempo trás outros sonhos perdidos no cárcere?
Desistir é um caminho?
Definha aos poucos um amor encarcerado
Brilha reluzente a cada clarão da liberdade

Criaturas ínfimas e desprezíveis
Eis que sentem o prazer na destruição
E até a mais graciosa das flores
Perde aos poucos: encanto, certeza, pureza
De milhares de querer em um porvir incerto
E do Cárcere de Florinda, uma lágrima ascende aos céus
E da esperança, agora criança faminta: implora por pão

“Só à noite, depois que a lua alteia
Aparecem sinais de claridade
Uma sombra distante oculta a grade
Limitando a visão do indeciso
Uma gota de pranto molha o riso
Quando o preso recebe a liberdade” *

*Tlank – Lirinha (Cordel do fogo Encantado)

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