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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Memórias do Cárcere de Florinda





1956_08_Assumpta Canaveral, 1956 - Salvador Dalí

Parte Final - De como perguntar aos carcereiros de como amar!

não percebem o lamento dela? não observam seu pesar?
não percebem que toda e qualquer injustiça vira justiça?
pela beira do caminho  as águas refletem o passado 
mas,  porque todos tentam ser insensíveis depois do penar?
e Florinda jaz no cárcere e no seu peito um jardim
com passarelas, beija-flor, beijo-te em  sonhos meu amor
alegra-me  pensar  que tudo há de passar
acaso nunca sentiu o amor? Porque causar tanto sofrer
em quem apenas  deseja compartilhar contínuos momentos?
de felicidades, sorrisos, qual nosso crime cometido?

voltamos a época da maldade? Onde o mundo nos consome...
e consumidos  pelos  dias perdidos,  esperando o porvir
onde foram parar as últimas lembranças de vosso amor?
acaso tudo se  consumiu pelo passar dos dias?
não percebe que não adianta  o que faça
o amor verdadeiro é como a nascente de um rio
e sempre renovado transforma-se em um grande e infinito
conjunto de águas dançantes, gotas oníricas, correnteza feroz

que Deus lhes possa perdoar, por vossa tentativa
de assassinar o amor
eu carrego comigo, certeza, amor e clareza
e com ela tudo isso é reflexo
minha chance de provar meu valor, foi negada!
mas um amor de verdade não morre com cativamento
ele cresce, transborda no infinito e é vivido na liberdade!


Chorão já dizia: canto minha vida com orgulho, hoje estou feliz, acordei com o pé direito!

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