O tempo

sábado, 11 de janeiro de 2014

Turva Existência




                                                      Painting for the backdrop of 'Cafe De Chinitas' - Salvador Dalí

 
quando será a última vez?
a última volta no parque arco-íris?
e a primeira vez de cada momento?
até onde vamos? e porque vamos?
passos sobrevoando uma turva existência
pedras que aplaudem-se sem porque

o mundo girando para muitos, sonhos azuis
perspectivas em torno de uma fogueira
e ainda estamos distantes
procurando um caminho para se perder
difícil é acordar pra realidade crua
e perceber que já entendeu a verdade a tempos
perceber que estão falando a mesma coisa de sempre
e percebe que o ser humano se torna mais e mais vazio
lindas caras criando seus espetáculos ridículos

não cabe a mim a importância de sua existência
nem cabe dentro de mim a compreensão dessa incoerência
viver, viver, viver, relatividade repentina do acaso
e o que afinal estou tentando me dizer?
que por um fio de cetim tudo acaba, tudo vai sumir?
e depois? sonhos sobrevoam em meu ar
são todos os sonhos perdidos
de quem partiu sem querer, partiu sem saber
que não importa o viver, tudo vai fenecer
de repente você percebe: pouco tempo
amar, viver, sonhar, lutar, sentir

e por detrás da cortina uma voz
espera, é sua voz lhe chamando

Um comentário:

Unknown disse...

Sensatos versos,na insensatez do dia a dia!