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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

a ironia do paraíso


1978_05_Ampurdanese Landscape, 1978 - Dalí


talvez o fim ou o começo de nada
bem próximo da última ponte
e no início de velhos temores
mas, muitos colibris estão perdendo asas
não seriam as vozes de sempre?
e onde vamos parar depois da nova enchente?
e sempre existem luzes que nunca se apagam
ou vozes que nunca calam
males que sempre se renovam
se não sou eu novamente a beira do meu abismo

por sobre as ruas de agosto, o sol vai queimando
não fora assim a um ano atrás?
são sempre milhares de caminhos para lugar nenhum
sempre milhares de vozes dizendo a mesma coisa
e de forma errada, tudo está errado
eu quase sempre estou tentando viver o que não se pode
fazendo de cacos de pedra, flores eternas
com o qual, não poderia viver sem
sonhando até em ser feliz
não parece ser demais?
pelo menos parece
então, por favor
tire isso de mim de uma vez
não preciso

e o paraíso não pode saber como estou
nem as formigas ou as vuadeiras da noite
chutando a lua e esperando algo surpreendente acontecer
quase nada acontece
onde vamos parar?

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