O tempo

sábado, 24 de janeiro de 2015

O Sonho de Flora (parte final)


Salvador Dalí


Part V
"as nuvens do caminho"

como algodão doce em olhos pueris
nasce as nuvens que enlaçam nossos dias
as emoções, sonhos a mais, dias coloridos
beijos ardentes, planos mirabolantes
imortalidade instantânea, vida pulsante
oh amor, tu que és tão forte, que desnuda a armadura
fortalece o peito e se faz alegria
por tantos homens cantados
tantos trovadores, tantos boêmios
em turvas madrugadas
se faça raiz por toda a jornada

Part VI
"um vão na parede de vento"

certa vez me disseram que o tempo não pára
custa acreditar, mas realmente
estamos em partida constante
todo instante, cada momento
cada memória, cada dia
cada hora em todos os segundos
somos levados alhures 
para onde não queremos 
para onde sonhamos ou para lugar nenhum
me pergunto o porque de tantas idas e vindas
qual o sentido disso
quando nunca se chega a lugar nenhum
olhava ela parada na cadeira 
tocava-lhe as madeixas e vivendo isso
é real? estamos tão perto assim 
quando o mesmo termo de perto, já é escrito
em distância real
vida real que quase nunca existe
quase sempre memória
de um dia de fuga 
um dia de porre
um dia andando em qualquer avenida
e todos os dias em novas vidas
somos o inicio de nós mesmos
uma reinvenção constante das fadas

Part Final
"o momento detrás dos anos"

nem sempre parece, mas os encontros
tornam nossas vidas dóceis e amáveis
e do sonho de flora, brotam momentos felizes
dias criados em êxtase de felicidades
que talvez nunca se façam
ou se multipliquem
e nos passos e passos além dos arco-íris 
vamos colhendo as raízes de outrora
criando novas razões para continuarmos
para buscar a linda felicidade, que fica lá
sentada em seu trono, nos desprezando
meros mortais tolos, esperando encontrá-la
e ela se ri e diz: não vos pertenço
a vós serão dados pequenas partículas 
em vagos momentos, ao longo de vossas vidas

então:
catai vossos dias e vivê-los
gritai ao arrebol palavras desconexas
dizei ao mundo tudo que se quer
fazer de suas células "amor"
fazer de nossos dias "amor"
amar até mesmo quando não houver porque
e ao fim de cada sonho
cada flor
deixar a semente para outros sonhos mais
outras vidas mais
que em nós, exista a coragem de ser além
a vontade de ir além
a persistência de continuar
e os sonhos para nos florificar

à Flora, com amor

Um comentário:

Anônimo disse...

obeloésimples e irreversível. não eu, mas alguém disse grandes almas, grandes, grandes, amores grandes também. há um pequeno trilhão, em todos nós, correndo e de que vale? vale que quando meus pulmões incham, e evácua um amor todo bem formado, como criança em primeiros passos (pulmões sim, é lá não na cabeça que se sente as grandes pancadas amor ou, alegria, de vez em quando, não aguentando o impulso a gente chora, amor ou alegria) nesse instante veloz, eu sou alegria, pulmões de alegria, eu te vi Andarilhos, sempre muito encantado e olhos cheios, e sonho de flora, floriu, cresceu, dançou e agora está aqui, vivinho nesse tempo sem vergonha, danado de ligeiro. a vida é tic tac que não pára e sempre morre no próximo segundo, mas é sempre interminável quando Andarilhos tá perto, porque adoro as mãos que passam sem caminho no meu corpo, porque tua boca guarda o mundo, uma paradisiaco viagem que eu posso me perder, porque vou mudar de volume, tornar sem tamanho, quando eu te ver, porque eu reparo em olhos congelados, se trocando, se vestindo no amor, todo bonito feito a dedo, por tu e eu, porque amor nosso é longo, marcado, de pele, fincou no tempo. enquanto isso faremos caso da humanidade, serei todas as flores e tu, o partner, todo meu sempre que houver caminho, para nós, para o universo, só porque tenho amor, e tu tomou pra ti. pega, é teu.
de todas as mulheres que moram em mim,
e só porque são tuas
tão Thiago, amor bem vindo.
nunca indo.
Thiago
É ele! O amor, pra ti. Inté