O tempo

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Evadir Sinestesicamente


The Hand - Salvador Dalí


Algo me evade: tortuosas silhuetas
Penteiam meus desejos encrespados
Quem? Vejo-te entre a rua e a esquina
Quem? Ouço-te em algaravias silenciosas
Quem? Triste boneco inutilizado?
Renuncio a verdade em troca de algo mais abstrato
Pra quê ser matéria orgânica se posso ser sua sombra

Cala-te infeliz, cata-te em teus próprios lençóis
Engulha esse azedume que agora é dumba-dengue
E permita-me uma vez mais evadir daqui (onde?)


Thiago A. Sarmento

Um comentário:

Carla M. disse...

Dalí, poesia... qualquer coisa que eu diga é pequeno.