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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Insônia (ternura da luz)


Portrait of Paul Eluard - Salvador Dalí



Já era uma quase extinta madrugada

Resvalando nos confins de minhas pálpebras

Dileta nostalgia de pedaços insolúveis de memórias

Cuspia amargo o algodão-doce das nuvens

Quando esteve aqui a última vez? Quando me visitaras?

Já nem me era real o intento suave de sonhar!

Dantes infernos em erupção, dantes tudo a calmaria!


Roleta de cinderela; se são de variações nossos desejos

Que fôrma modela nosso cotidiano tão acautelado

Voar, voar, subir, subir, ir sem ter por quê?

Volto e cá estou! Novamente escuso em seu braço

Olhos bem abertos esperando a embriaguez de um sono

Olhos alienados tentando visualizar formas loucas de pensar

Olhos forjados para permanecerem e jamais cederem

Ao inferno que pouco a pouco nos contorna o sono


Já se foi a madrugada, agora? Nada!

Querida insônia, até um outro dia



Thiago A. Sarmento

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