
Portrait of Paul Eluard - Salvador Dalí
Já era uma quase extinta madrugada
Resvalando nos confins de minhas pálpebras
Dileta nostalgia de pedaços insolúveis de memórias
Cuspia amargo o algodão-doce das nuvens
Quando esteve aqui a última vez? Quando me visitaras?
Já nem me era real o intento suave de sonhar!
Dantes infernos em erupção, dantes tudo a calmaria!
Roleta de cinderela; se são de variações nossos desejos
Que fôrma modela nosso cotidiano tão acautelado
Voar, voar, subir, subir, ir sem ter por quê?
Volto e cá estou! Novamente escuso em seu braço
Olhos bem abertos esperando a embriaguez de um sono
Olhos alienados tentando visualizar formas loucas de pensar
Olhos forjados para permanecerem e jamais cederem
Ao inferno que pouco a pouco nos contorna o sono
Já se foi a madrugada, agora? Nada!
Querida insônia, até um outro dia
Thiago A. Sarmento
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