O tempo

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Memórias do Cárcere de Florinda



1960_08_The Servant of the Disciples at Emmaus, 1960 - Salvador Dalí


Part I – A invenção da distancia

Era quase nuvem no lado de lá da saudade
Dormia com ardor e furor no peito dolor
Ou melhor, já não sabia se dormia ou sentia
E fui riscando nas paredes todas as lembranças
Que dantes jazia pureza aguda de felicidade
E veio a nuvem densa de distância
Chora uma criança em seu leito febril
Dança a cigana com entoada solidar

E como ferrolho em pensamento
Trancava-se o ar, sempre na mesma fragrância
Sempre o mesmo mar, sempre o mesmo querer de amar
Não desistir, não deixar de sonhar
Saudade vai perdurar, saudade vai nos saudar
Quando enfim nos encontrar

Rua
Rota
Rodovia
Revolta
Repara


* A minha flor que se encontra  encarcerada, um dia trás outro sempre baby

Um comentário:

Francisco disse...

Sensatos versos insensatos. Mto bom. Abraços! Francisco Dutra